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Um pouco mais sobre Ushuaia

Já falei aqui da minha chegada a Ushuaia, do passeio de barco pelo Canal de Beagle, da visita a Pinguinera e da subida ao Glaciar Martial. Agora, quero mostrar um pouquinho da cidade de Ushuaia em si. Um pouco sobre seu dia-a-dia, suas ruas, suas casas... Tudo através de fotos que fui tirando durante minha estadia na Tierra del Fuego.

Província de Tierra del Fuego no bus turístico de Ushuaia
Falando em Tierra del Fuego que é o nome da província onde Ushuaia se localiza, acho que não comentei sobre a origem desse nome. Pelo que aprendi por lá, chama-se Tierra del Fuego porque os exploradores europeus ao se aproximarem daquelas terras pela baía de Ushuaia, avistavam vários focos de fumaça isolados um do outro, feitos pelos indígenas nativos, dentre eles os Yamanas.

Thomas Bridges no museu Yamana, primeiro missionário em Ushuaia
Apesar de Ushuaia ser chamada de Fim do Mundo, a cidade mostrou-se muito viva e animada pra mim. Acredito que algumas coisas contribuem pra isso. Primeiro, os atributos naturais. A baía, as montanhas, o gelo a exótica fauna e flora local... Como consequência, surge o segundo fator que contribui para a vivacidade de Ushuaia que são os viajantes, as pessoas em si.

Ushuaia atrai muitos amantes da natureza. Pessoas que adoram fazer caminhadas, andar de barco, admirar a riqueza natural típica da Patagônia e não tem medo do frio! rs E não vá pensando que somente os atletas ou hiperativos têm vez em  Ushuaia. Quem me conhece sabe que não sou nenhum atleta nem viciado em trilhas. Pelo contrário, me considero quase que um sedentário durante onze meses me tornando um pouco ativo normalmente durante as férias. Ainda assim, fiquei apaixonado por Ushuaia. Pra nós que vivemos em selvas de pedra e na correria frenética do dia-a-dia, nada como estar com o celular desligado e em frequente contato com a natureza e com o ar livre de verdade!

A frequência de saída de embarcações para a Antártica é o terceiro fator que, na minha opinião, agita Ushuaia. Gente de todos os cantos do mundo, diferentes histórias de vida, acabam se encontrando no Fim do Mundo com o objetivo comum de partir pro continente gelo. Só no meu quarto no albergue Freestyle conheci dois que estavam lá esperando o momento de zarpar pra Antártica. Trey, um americano que já citei aqui, e Qing Guo um chinês que também já rodou o mundo todo.

Terminal de passageiros no porto de Ushuaia


Confesso que fiquei impressionado com o valor de um bilhete de navio de Ushuaia para a Antártica. Por já estar no Fim do Mundo eu achava que seria mais barato! rs Assim que entrei no Frestyle pela primeira vez já avistei um enorme banner com os dizeres: “LAST MINUTE ANTARTICA U$D 5.000,00” Com esse valor dá pra ir do Rio de Janeiro a Tóquio e voltar duas vezes!

Rivalidade por causa das Malvinas no Porto de Ushuaia

Porto de Ushuaia cheio de barcos e navios
Antes de partir para os passeios que citei no início desse post eu gostava de andar sem rumo e ficar fotografando a paisagem e a arquitetura de Ushuaia. É bastante diferente do que estamos acostumados e isso me chamava muito a atenção. As casas normalmente são amadeiradas para proteger do frio rigoroso e são construídas naquele formato típico de casa que costumávamos desenhar na infância. rs
















Outra coisa legal de Ushuaia são os chocolates e alfajores! A região da Patagonia como um todo é famosa por produzir os melhores Alfajores da Argentina. Passando pela Avenida San Martin, principal avenida da cidade, encontramos muitas opções diferentes de chocolaterias que produzem e vendem alfajores artesanais. Eu por exemplo, entrei na Honecker, pedi para experimentar um alfajor deles, e logo na primeira mordida comprei umas caixinhas pra levar pra minha mãe e irmãos. Muito bom! Muito bem feito!



Falando em Avenida San Martin, dizer que ela é a rua principal de Ushuaia pode soar como uma grande rua ou grande boulevard. Não. Ela é pequena mas concentra os bancos, lojas, livrarias, restaurantes e agências de viagem de Ushuaia. Até meu último dia na cidade, andando pela Avenida San Martin, eu encontrava e reencontrava pessoas que havia conhecido no albergue ou em um dos passeios. Caso isso aconteça com você quando estiver por lá não se surpreenda... É pequena mesmo! Pequena notável!

Avenida San Martin num dia ensolarado porém frio

Banco da Patagonia na Avenida San Martin
No próximo post já começo a falar de El Calafate, outra cidade que visitei na Patagonia, famosa por suas geleiras gigantes!

Abcs

Renato Vieira

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